Granada de mão

Voltaste da guerra pelas escadas rolantes
exangue, corpo de silvas e balas perdidas
Que fazer com a essência, identidade, as perguntas
Que fazer com as feridas abertas senão lambê-las.
Prisão, um corredor antigo, saltar o pesadelo.
Suando atiraste a almofada, abriste a janela...
ela ainda dormia, serena como um forte.
Que fazer com a memória desvendada,
Que fazer com o pássaro moribundo,
para sempre guardião do seu segredo.
Aquela brisa fresca de manhã nova
entrando pela janela cantando baixinho....
e o sono ficando mais leve como folhas soltas
como recados de infância, como beijos.
Depois da língua, da fúria, dos abraços
deitei-me ao seu lado e assim estivemos
mil e uma fantasias e nada na bagagem
a medo, muito a medo, recomeçámos.
--
Ju

Imagem:Goya,3 de Maio

5 comentários:

Anónimo disse...

Encontrastes forças no medo,
Lindo seu blog e poema!
Beijos

Anónimo disse...

Parece un blog muy interesante y me cuesta un poco leer algunas de tus palabras, por eso te pediria que le pongas un traductor al blog.
Saludos!

L. Rafael Nolli disse...

Sensacional o poema. Vim parara aqui atrás do último poema de Saddan Hussein - que sem dúvida é bonito. Muito bom esse espaço.

tchi disse...

Todas as guerras são assustadoras e causa de perdas.

Sair ilesos é de poucos e ultrapassar as memórias horrendas leva tempo.

Um bem poder recomeçar. Sinal de que se sobreviveu.

Anónimo disse...

Lindo poema!Nos deixa em estasia.