Se eu soubesse o lugar de ti
Onde há poemas e luz etérea
Faria de mim caminhante até ali
Na fome de desfolhar crepúsculos,
Por cima das pedras certas
Encadernadas nos opúsculos
Que criaram teu corpo de mares,
Sem saber se na lonjura existes
Ou te repartes por estes lugares.
Se eu soubesse a dimensão do lar
E o ventre prenhe que há em ti
Subiria as escadas do luar
E plantaria uma flor folhada
Para que o menino do ventre
Crescesse canção “Desfolhada”
E se perdesse no útero da terra
Ou nas estrelas que somam céu,
Envolto nos limos de Finisterra.
Mas esse lugar mítico de aventura
Onde só os do Olimpo vão
Repassa desejos de ternura;
Lugar para erguer destinos
E versos na resina dos pinheiros
Que enfunaram velas latinas.
Por isso não sei se num beijo teu
Está o cumprimento da diáspora
Ou de regresso o que o amor deu
(poema gentilmente cedido por [a balsas] )
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