Ainda os 120 anos de Pessoa





















O público traz hoje um inédito de Alberto Caeiro fantástico. Descoberto há pouquíssimo tempo. A ler:


Gosto do céu porque não creio que ele seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa algures e algures acaba
E que longe e atrás disso há absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um princípio e terá um fim,
E que antes e depois disso não havia tempo.
Porque há-de ser isto falso? Falso é falar de infinitos
Como se soubessemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas.



(transcrição de Richard Zenith,
jornal "Público", de 13 de Junho de 2008)

1 comentário:

Anónimo disse...

Este texto é fabuloso!

[mbv]