da dualidade, funâmbulos, e considerações de carácter luminoso

na rua, como se houvesse sempre
uma linha imaginária: braços abertos
nós íamos os dois, tu à frente e eu
à frente, na outra vez. e claro, nós
desequilibrávamo-nos ou caíamos. às
vezes, tu para um e eu para outro
lado; outras vezes era os dois juntos
para o mesmo. se havia sol? acho
que sim, havia: dos dois lados
da linha. e também quando chovia
era giro pois íamos no mesmo
guarda-chuva, tu chegada para trás e
eu muito chegado para a frente.
(e quando caíamos, ainda havia sol
dos dois lados)


Bruno Beu

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