da paciência

A pedra, enorme, austera, interpelou-me, mas eu não a percebi. Para a escutar precisei abrandar o meu ritmo vital, até quase desfalecer. A pedra falou-me então da importância de ser paciente e de aguentar, aguentar sempre, e eu escutei-a, até não suportar mais aquela conversa.

Então gritei-lhe. E perguntei-lhe como podia falar-me de paciência, a mim, que, como todos os humanos, era, acima de tudo, acção e desejo de acção. Gritei-lhe ainda várias vezes e terminei desferindo-lhe um forte pontapé.

Depois, finalmente, sentei-me nela e tentei ignorar a dor. Tinha que concordar com ela: às vezes é preciso ser paciente.

1 comentário:

Vânia disse...

a paciência é uma planta da espécie das virtudes. cultiva-se com perseverança. rega-se diariamente, em todo e qualquer lugar. é preciso cuidados redobrados, pois pode-se perder com facilidade. :P