Gostei muito do novíssimo número 5 da revista big ode. Dividida em cinco desdobráveis torna a leitura mais difícil apesar de, e este aspecto é subtil mas importante, relevar o carácter de descoberta. Foi o que fiz, aventurando-me por autores que desconhecia tais como Mário Calado Pedro, com as suas médio-narrativas, os três actos de Tiago A. da Veiga, os textos inovadores do Rodrigo Miragaia, os quatro pesadelos de Rui Carlos Souto, o “pequeno-grande” texto de Vítor Vicente, os “interesses” de Ausias Millet, o existencialismo de João Meirinhos, e a linda “dança” de Sandra G.D.
O verdadeiro conto desconcertante desta edição traz-nos João Ferreira, seguido de perto por Virgílio Vieira Tebas e Ana Marques da Dilva, e na mesma folha João Pereira de Matos dá-nos algumas “notas” estreitando a fronteira entre a prosa e a poesia. Andando para a frente nas minhas buscas, encontrei o meu amigo Fernando Dinis com um poderoso poema, e depois voltei aos desconhecidos: Rita Grácio inventou um pesadelo, explicando-nos como, e Sílvia Effe oferece-nos um belo poema. Já sentindo calafrios ainda li a bela poesia de Rute Mota, bem como a expressividade e sugestibilidade (este termo existe?) de Arturo Accio e Henrique Fialho.
Acabei com os mais conhecidos como aqueles que comem deixando para o fim a cereja cristalizada para que esse gosto último se conserve na boca: Fernando Esteves Pinto, na órbita da sua temática de eleição, Rui Costa, Sara Monteiro, e as grandes revoluções de António Orihuela. Acabei com o grande conto de Luís Ene em homenagem ao enorme pintor e nosso amigo Paulo Serra.
Não me li a mim mesmo. Tenham santa paciência.
1 comentário:
Obrigado Tiago.
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