A única utilidade que retiro de ler e ouvir os maus poetas é o prazer reforçado que me dá passar a noite com os bons. Quando cheguei a casa, elegi a Rosario Pérez Cabaña. Não poderia ter escolhido melhor.
A fuga do peixe
Levar-me-á ao teu nome
Assim que o esqueça.
Inventar-te-ei na amnésia
Da derradeira pedra
E alimentar-me-ei
Dos restos que as aves
Nas suas formas floridas
Deixaram de ti.
Debaixo da terra buscaremos as águas
Mais impuras, os traços mais desfeitos
Do passado remoto,
Involuntário apêndice do mundo
Em que vivemos e que,
Porquê duvidá-lo,
Alguma vez
Recordaremos.
Rosario Pérez Cabaña, in Mientras tú Cantas
(tradução de Tiago Nené)
1 comentário:
Gostei muito daqui!!
Eu esrevo, e pretendo lançar um livro de textos, cronicas no ano que vem... Se quiserem dar uma passada no meu blog...
vou add
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