Eu entendo algo no teu corpo como se a noite
ainda não tivesse nome. A ignorância impele-me
sou um todo no meu querer que te atinge
e que precisa fugaz do retorno, qualquer
movimento de aproximação
(eu entendo como se por engano dissesse)
Um de nós habita a soleira luminosa do adeus
regressa vago de rosto consumido por outros olhos
outras mãos que naufragaram onde teimávamos existir
todo o cheiro entranhado como águas nas terras profícuas
Alto se levantaria um sol de Julho, algumas letras
do poema disperso nos livros que também seguiram viagem
e ficaríamos quietos durante muito tempo
a entendermos ambos que nome teria a nossa própria noite
(Ouve-me, não venceremos os anos, não faremos do tempo
nada nele faremos se um de nós quiser ultrapassar a soleira)
Eu poderia morrer agora e deixar-te escrito que te preciso
(Fernando Dinis)
2 comentários:
Fernando, vou pendurar este poema na minha cerejeira, ok?
sim, cerejinha.
obrigado.
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