John Updike, um poema de Tiago Nené

















[um amigo que sempre me impingiu alguns versos de John Updike pediu-me que escrevesse algo em sua memória. Espero que gostes, Pedro.]

.

.

Morreu sem um critério rigoroso.

Não se poderá dizer que tenha sido a lei da vida

ou a lei da morte

ou uma derradeira e infinita

composição da urgência.

Hoje morreu-lhe o corpo, morreu porque assim

disseram os médicos, porque assim

disse o seu pulso frágil como o equilíbrio

da terra, e porque agora é o tempo que o respira.

Hoje morreu-lhe o corpo, repito em voz alta.

E isso é tudo o que,

da perspectiva da nossa memória incompleta,

precisamos de saber.

.
.
Tiago Nené
inédito

6 comentários:

Adriano Narciso disse...

morre o corpo mas o coelho continua a correr

Anónimo disse...

um poema inspirado e inspirador.

b.

Mié disse...

gostei.

abraço

Anónimo disse...

o resto (que não é do corpo) tem a ver com luz e asas, talvez.

Unknown disse...

Todo es un poco mas feo ahora

Anónimo disse...

huuuu, ele devia ser gay.
:)
agora, vejo um homem e penso_ deve ser gat :)