Dois poemas do poeta catalão Joan Brossa

















A B C D

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A. Se queres conhecer um homem,

dá-lhe poder.

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B. Se me queres bem, as tuas obras

me lo dirão.

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C. Tampouco existe o amor,

somente poderás dar provas dele.

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D. Gritar é digno.

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FIM DE CICLO

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As folhas caídas obstruem o caminho.

Imagino que sou aquilo que não sou.

Aqui estou muito quieto.

Procuro não me mexer

Ocupando assim o mínimo espaço.

Como se já não estivesse ali.

O silêncio é o original,

as palavras são a cópia.

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Joan Brossa

tradução de Tiago Nené

6 comentários:

Anónimo disse...

Zzzzz- fechar o livro e recomeçar

Anónimo disse...

O poeta chama-se Joan Brossa e não Jean Brossa.

Texto-Al disse...

obrigado pela chamada de atenção em relaçao à gralha Diogo.

T.

Anónimo disse...

Las hojas caídas obstruyen el camino.
Imagino que soy el que no soy.
Aquí me estoy muy quieto.
Procuro no moverme
y ocupar el mínimo espacio.
Como si ya no estuviese allí.
El silencio es el original,
las palabras son la copia.

Vendo a versão de Carlos Vitale em espanhol detecto alguns erros na tradução.

Logo no título: Fin del Ciclo não é "Fim de Ciclo", mas sim "Fim do Ciclo". Senão em espanhol teria de estar "Fin de Ciclo".

O verso "Imagino que soy el que no soy" deveria antes ter sido traduzido como "Imagino que sou aquele que não sou." ou "Imagino que sou quem não sou.". Escrever isto ou "Imagino que sou aquilo que não sou." é ligeiramente diferente.

Anónimo disse...

ótimos poemas!

Texto-Al disse...

Caro Carlos,

obrigado pela atenção. todavia, foram preferências de estilo que me fizeram adoptar tais soluções.

assim foi o "fim de ciclo" (na substância nada muda e é mais comum entre nós)

e no verso que enuncia. primeiramente traduzi à letra e havia duas formas de traduzir:

como a que disse (e está correcta)
e "imagino que sou o que não sou" ("el" pode ser "ele" mas tb pode ser o pronome "o").

quando fiz a revisão da tradução, e por uma questão de me soar melhor, optei por colocar "aquilo".

e fi-lo por outra razão:

é que no poema este "aquilo", "o que", ou "aquele" refere-se sempre ao próprio eu poética e nunca a outrem.

se por exemplo, o eu poético se estivesse a comparar a um terceiro, aí so poderia mesmo colocar "aquele", ainda q em prejuizo de td o resto.

de novo, mt obrigado pela particapação. gosto de leitores atentos.

Tiago