Efeitos Micro-Estéticos
















Se um mau poeta declara que todos os poemas de outro são maus, tal declaração pode e deve ser interpretada, a contrario sensu, como um elogio.

[tn]

14 comentários:

Victor Oliveira Mateus disse...

Ao nível de uma Lógica Formal a conclusão é válida, claro! Ao nível de uma Lógica da Argumentação
tb me parece que a conclusão está bem fundamentada... mas eu faria
uma outra inferência: o mau poeta
(mau enquanto pessoa? Mau em função daquilo que produz? As duas
coisas?), precisamente porque é mau, deveria aprender primeiro a
"suprema virtude do comedimento"...
quem sabe se assim não chegaria a "bom"?

António Cortesão disse...

Talvez eu não seja grande coisa em lógica mas, nesse sentido, qualquer elogio de Tiago Nené deve, a contrario sensu, ser entendido como um ofensa, certo?

Provavelmente o grande poeta vai censurar o meu comentário, mas aproveito aqui para explicar o porquê de o considerar um mau poeta.

Quase todas as referências a Tiago Nené na internet tresandam as ter sido escritas pelo próprio, inclusivé uma ridícula página na wikipédia. Algumas inclusivé apontam Tiago Nené como um dos rostos da nova poesia portuguesa. Que crítico que se aproveite disse isso? António Guerreiro? Pedro Mexia? Eduardo Pitta? Gastão Cruz? Isabel Coutinho? José Mário Silva?

A poesia de Tiago Nené é ridiculamente elevada a boa pelo próprio e pelos amigos. Repare-se que Tiago Nené diz que escreve algo de muito diferente do que por cá se faz. Realmente, com os bons poetas que Portugal tem ele faz algo de muito diferente, que é escrever mal. Depois as influências do próprio... são de rir... ou poetas que ninguém conhece ou clichés de referência que devem dar voltas na tumba - os mortos - cada vez que Nené os cita.

Esta trupe de ignorantes que por aqui passa a elogiar a poesia de Tiago Nené merecia uma lobotomia. Um dia dedicar-me-ei a colocar aqui por A+B a razão de achar a poesia deste rapaz uma... tenho de o dizer... merda.

Prometo que o farei, o Tiago que descanse, não vai ficar sem justificação esta afirmação toda.

Por agora espero que seja melhor advogado que poeta, porque senão pobres os juízes que o aturam.

Erica de Paula disse...

Bonito texto!

Bjos em teu coração!

Texto-Al disse...

Caro António Cortesão,

Eu nao censuro comentários aqui. Pode dizer o que quiser e fazer essa tal tese de mestrado (com esse A + B) sobre o facto de a minha poesia ser na sua opinião má.

Se servir para eu melhorar, agradeço-lho muito. Até considero nobre da sua parte tentar ajudar um poeta "mau".

um abraço para si

Tiago

Texto-Al disse...

De volta à crítica construtiva:

Victor:

referia-me a mau em função do que produz, apesar de pecar logo por ser um conceito por demais subjectivo:).

no fundo o que escrevi foi uma graça. se há um mau poeta, que capacidade terá para a crítica? esta questão até nos levaria para outros campos, passando por aquilo que se faz em portugal e esse tal poder da crítica.

um abraço para si.

T.

PS: estou a adorar o seu "Ionatos"

Rodrigo Costa disse...

mt bem visto:)

abraço desde Paredes
Rodrigo

Victor Oliveira Mateus disse...

Caro Tiago,

vamos por partes: eu acho que o que escreveu não foi uma graça, pessoalmente acho o assunto
bastante pertinente. Há três dias
o Gastão Cruz, o António Carlos Cortez e mais alguns, discutiram
exactamente essa questão. Eu até discuti um pouco com o Gastão: as várias formas de valorar o "bom",
a questão da emoção estética, etc.
Ora vejamos: às três primeiras linhas do comentário do A. Cortesão
chamam-se, em Lógica, uma Falácia,
quando muito repare-se no carácter universalizante do antecedente da implicação do post (TODOS OS MAUS POETAS), enquanto no Argumento de
Cortesão parte-se dos elogios de
T.N. (TODOS DE UM PARTICULAR), a
partir daqui é sempre a descer...
Depois entra-se no campo da Estética e Teoria da Arte e chegamos à conclusão que um artista é mau, porque é ele que se autopromove... Como fundamento de
uma avaliação estético-poética nem sei o que diga. Mas não se assustem:
eu já ouvi dizer que a Florbela Espanca nem poetisa era, que o Júlio Dinis não devia constar da História da Literatura, etc., etc.
Quantos aos vivos... o que eu não
ouço!!! Para mim, até acho que o
A. Cortesão tem direito a considerar mau quem quiser... mas não com uma fundamentação deste tipo. Francamente, meu caro! Sei de quem detesta Antero e depois de
me explicar as suas rações, eu tive
de aceitar que ele não gostasse, e
que eu, com os meus pressupostos, gostasse. É normal! Quanto à censura nos blogues, eu sou a favor
... desculpe-me, Tiago! Mas sou mm a favor! Um exemplo: se me dissessem vc é mau poeta porque se
autopromove, porque na wikipédia, etc.,etc. Eu censurava! Até para proteger o autor do comentário.
Agora se me dissessem vc é mau poeta pq ao nível da imagética... isto ou aquilo, porque a pontuação
sintáctica e a prosódica se misturam nos locais y, etc. Se me
dissessem algo desse modo eu já não censuraria, quando muito dar-lhe-ia um baile. Agora coisas falaciosas e mal fundamentadas, censuro sim!!! Desculpe, Tiago, mas é a minha posição! CORRECTAMENTE FUNDAMENTADA!!!..
Abraços para todos os presentes
e para os ausentes (os do nome falso) também!!!

Texto-Al disse...

Caro Victor,

Eu não censuro porque sou um observador e um curioso por natureza e levo a minha carreira literária pouco a sério. (como lhe disse, o que me interessa é o prazer da escrita).

Vou-lhe ser sincero: sei quem é o António Cortesão (dir-lhe-ei em privado)
e sei por que está assim. Até os poemas que ele tinha de minha autoria no seu blogue foram retirados ontem ou hoje...:)

Estou ansioso por que diga mais coisas de mim. De certeza que é melhor argumentista do que poeta. Fará carreira nas novelas.

um abraço com amizade, Victor

T.

Unknown disse...

ohh Tiago. isso assim não tem graça. acabaste de me dizer que ele tinha-te tirado os poemas do blog!

a piada estava em tentar adi-vi-nhar quem era o Cortesão. assim já sei!! Podias dar umas dicas e tal...gosto deste tipo de coisas, hihi. O Cortesão é a versão da tvi do rogério casanova:P

num dos comentários do Cortesão ele diz "razão tinha o Fialho".

é curioso que podemos dizer q mesma coisa sober ele:

razão tinha mesmo o fialho...triste ma non troppo...

Victor Oliveira Mateus disse...

Uma adenda:

o Tiago fará como entender. Eu tb sou curioso, mas prefiro a astrofísica e a psicologia...
Agora para estas coisas não tenho muita pachorra! E quanto a carreiras... depende: eu gosto de apanhar o 55... é um passeio bonito
Carreira literária, estou como vc., não sei o que seja. Em breve estarão todos mortos! ...

Bem, só voltei ao seu blogue por causa de uma adenda: no meu comentário onde se lê "rações" deve ler-se "razões", parece um erro de ortografia, mas é uma lesão na área da escrita (devo precisar de fazer uma lobotomia...
francamente, se isto é gente da escrita, eu quero voltar à tradição oral!!!)... Por acaso, o vocábulo
rações tb não ficava mal: a alteração semântica até enriquecia
o comentário. Quanto ao Cortesão,
pois já li vários desse nome, mas
não perca o maior de todos, o Jaime
Vou... a minha vida não é o combate de florete! Abrç.

Anónimo disse...

se um poeta é mau - um poeta que faz maus poemas - é porque não distingue a boa da má poesia, presumo, logo, que pode ele dizer dos poemas dos outros? se soubesse quais eram os bons poemas, escrevia-os.

esqueci-me das aspas em "poeta"

antes mau poeta que má pessoa.

traning

Victor Oliveira Mateus disse...

a) o "conceito de poeta mau" varia de acordo com muitos factores, alguns deles extraliterários - Exº
Junqueiro (para muitos um poeta mau)
foi, em tempos, o Maior, para mim é
um dos maiores... apesar da sua poesia marcadamente agrária ter sido "ofuscada" pelo Pessoa dos guindantes, facturas, etc. Conclusão: eu não sei o q é um poeta mau, quando muito há poetas
de quem não gosto...
b) um poeta mau é o q faz maus poemas? Coitados dos q fazem bons
e maus (poupo-me os pormenores)
c) como é que se distingue a boa
poesia da má? Ensinem-me, ensinem-me... E até nas outras artes - exº: no cinema... o crítico q dá 4 estrela e o do lado dá a célebre
bolinha preta. Expliquem-me isso tudo, para eu saber! Mas se quiserem falar do papel da subjecti
vidade na avaliação estética... ah,
aí já dá para falar, mas não aqui.
De qualquer modo, para mim, em
arte não deve haver "juízos de Existência" relativamente às obras.
mas apenas "juízos de valor" e mesmo aí costumo ser mto prudente:
o "mau" é um "mau para mim"... discussão longa...
c) desde quando "conhecer" bem algo
implica "fazê-lo" bem? - um exemplo:
eu sou um excelente conhecedor de
algumas ciências... nomeadamente
de Psicologia (por esta discussão
já identifiquei algumas perturba-
ções psíquicas...) mas isso não faz
de mim um bom terapeuta. Já para não falar dos excelentes professores de literarura que, PARA MIM, são péssimos escritores. Há uma vasta bibliografia sobre as relações entre: "Saber e Fazer"...
Claro que Sócrates ( o outro!) acreditava que quem sabia "necessariamente", fazia bem... Enfim, coisas de Sócrates!!!

Texto-Al disse...

talvez a verdadeira beleza da poesia seja essa capacidade de gerar opiniões tão dispersas.

adoro quando se escreve um poema e há uns que adoram e outros que detestam (outros vão mais longe, e tentam prová-lo quase matematicamente, o que só atesta a sua qualidade)

talvez seja esse o objectivo da boa arte: o de dividir...


T.

candida disse...

ainda bem que assim é. já viste se todos gostassem das mesmas coisas. nessa altura seríamos máquinas. mais o mais engraçado é haver uns intelectualóides que pregam contra a massificação mas quando alguém discorda deles com outra opinião eles pensam k são os detentores de verdades absolutas, eles é k sabem tudo e só eles tem razão não podendo haver outros pontos de vista. chama-se a isso arrogancia.