Saio de casa e são sempre noites que
encontro.
tocam-me na fronte,
disparam morcegos e almofadas.
são ovelhas na tosquia, secas,
(sem o romantismo inglês da
lã.)
almofadas sem lã disparadas sobre mim.
Ruas graves, pintadas de crime,
e os candeeiros são testemunhas:
apontam com os dedos
luminosos para lá.
Os meus pés presenciam um genocídio de
formigas, de sémen que é dispensado
sempre que piso o chão.
E a rua enche-se de breu.
caem os candeeiros
e as estrelas presas aos candeeiros,
e as mãos
e as roldanas que as movem caem também.
Os pés, esses, continuam.
São breu,
sou eu.
Adriano Narciso
3 comentários:
um poema singelo, um deleite!
honrado em ler!
abraço!
muito bom !
grande poeta!
Um bem bonito poema, sem dúvida!
Saudações algarvias.
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