Assim não

Uma autêntica chachada o documentário que ontem vi no Pátio de Letras, um tal de Jus ou a Solidão da Justiça. Incomodou-me, a mim e a algumas pessoas que vinham a sair, ter visto a Câmara de Faro a financiar aquilo e imagino que deve ter custado uma fortuna.

Questiono a importância de ouvir uns quantos presidiários a dizerem o que tinham feito, quantos anos de prisão apanharam e o que para eles era o sistema, sem a mínimo enquadramento ou preocupação pedagógica... Mais escandaloso é apresentarem aquilo como um trabalho sociológico, filosófico e antropológico. Era a gozar, certo?

Um desafio: experimentem ir pedir apoios para a literatura, evitar que se perca a continuidade de uma verdadeira tradição de poetas da cidade (e há novos nomes a despontar) e vejam o que acontece...

É chato o facto de reconhecerem (e veja-se a propósito a entrevista de Hugo Milhanas Machado sobre esse ponto) que o Algarve é um dos lugares do país onde a actividade literária é maior (especialmente em Faro) e depois que acontece? há menor materialização porque o dinheiro vai parar sempre aos mesmos sítios... E valerá a pena este texto? Se calhar não. Mas pelo menos chateia um bocadinho.

[tn]

2 comentários:

Tó disse...

não vi o filme mas sei que não há dinheiro para a literatura por causa de dois ou tres projectos ligados a filmes e a teatro. se se vir bem, filmes e teatro implica mt dinheiro e os outros ficam sem nada. isto não está bem. por essas é por outras é que o actual presidente da camara de Faro tem os dias contados.

Inês Rodrigues Correia disse...

Faro tem actividade literária neste momento? Deve então andar a jogar às escondidas comigo, porque muito a procurei.