Os ponteiros corriam breves.
as horas passavam,
eram aranhas que teciam teias
e enredavam o tempo
em matéria contável.
Os relógios diluem a vida,
solventes atirados a um quadro realista
(depois temos Mondrian)
as pessoas dançam,
o tique-taque pauta elipses de tango.
As saias rodaram, rodam
[tique-taque]
rodarão.
a música mecânica paira no ar ditoso.
Rodam as saias e as raparigas rodam-nas.
Titeriteiras, mexem em fios de algodão,
controlam o tempo das saias.
Nas costas das raparigas
fios invisíveis movem-se ao som da música.
Tudo é dança quando em cima estão ponteiros,
a vida é um trecho de tango
quando ouvimos por detrás do violino,
do piano,
do bandonéon,
o tiquetaquear do metrónomo absoluto.
Os dançarinos moviam-se presos ao chão.
livres naquele espaço
eram pêndulos sincronizados ao segundo,
que os destruía.
Adriano Narciso
5 comentários:
Olá,
têm um selo para vocês no meu blog...:D
Beijos
"a vida é um trecho de tango
quando ouvimos por detrás do violino,
do piano,
do bandonéon,
o tiquetaquear do metrónomo absoluto."
É sempre assim por aqui é? Só profissionais. Fantástico.
Beijos
FIQUEI FELIZ POR PODER ver que aqui a literatura existe,
Triste poque Aveiro /faro é mesmo longe.
Deve ser bom partilhar algo que se gosta..
um beijo e vamos estando.
um beijo
mas a internet encurta as distâncias xD se quiser sempre pode falar comigo sobre literatura ;) é só mandar um e-mail para mim (bankeiro.anarquista@gmail.com) e Aveiro e Faro passam a ser cidades vizinhas!
Cumprimentos!
Gosto desses movimentos em prol da literatura. Obrigada pela chegada lá em casa.
Um abraço,
maria Maria
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