Como pérolas enterradas;
garfos presos por fios inextinguíveis à garganta;
nós em mesas lascivas / naturezas mortas que resfolegam;
tecnocratas a lápis e papel.
Cego
passeio à beira-rio
primavera húmida em flor:
lírios escamados de guelra, rio-manta que os afoga;
o negro sensorial dos
olhos turvos
tacteia a água-filha
que escorre pelos dedos
como areia na ampulheta
O rio passa.
E as mãos recolhem ao leito
desmesurado e eterno
das sombras
Adriano Narciso
1 comentário:
muito bom!
abraço adriano.
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