Exercício III, poema de Adriano Narciso (que deseja um bom Natal a todos)
















Sempre espero
que um dia nasça sol
em vez de terra, e o
sol cresça livre
nas mãos de uma
mulher convicta de que luz é tudo

os peixes cantavam em riachos,
livres dançarinos nos
lençóis molhados
que enchiam a foz. As barbatanas
inchavam-se
-os peixes como um rio num rio,
carne num copo de água,
carne feita de agua, impermeável.

O sol de bigode, nasce e morre
e todos os dias é déspota
e nós choramos
rimos
e estamos em gaiolas.
o sol
nunca vai nascer terra.


Adriano Narciso

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