Fragmentos
lascas
algum canto redondo,
ressaca.
Já quase sem recordações,
perguntas, perguntas, perguntas.
Sou fragmentos
e nem sequer
todos eles
são meus.
Aqui estou como em nada.
Dentro da espera.
Quando estalará a folha
mais verde da tarde?
Quando penetrarei
no sábio sonho do cão
sobre o mármore?
Dizem que é o verão,
que o calor assassina as ideias.
Dizem que passará
depois da dor
e da calma.
Eu sei que tremo,
e é a espera.
eu que esperei
hoje já não posso.
perdeu-se-me
o tempo
num cotovelo
onde encontrei
a foto
daquele menino
morto.
em
Brechas del Muro
(tradução de Tiago Nené)
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