Dueto entre Luis Ene e Gavine Rubro: O Poema
O Poema
{a contrução do poema no blogue do Luís Ene}
{Reflexão construtiva de Sylvia Beirute no seu blogue}
{Crítica d'O Homem Do Fraque}
foram esquivados os moldes do rubor dos dedos
a mão cortada da razão passeia-se livre
e no entanto é difícil
é sempre tão difícil
começar
esta tinta, das árvores ao manuscrito das linhas,
como se ziguezagueassem no colo das malas,
as interrogativas
rasgar
o silêncio da folha
pseudo-assassinar
os idosos cânones cépticos gramaticais, decrépitos
torcer hirtas, as sílabas
contra o opulento fundamentalismo da orto-cali-grafia
escutar
os lamentos os anseios as dúvidas
como se o mundo nos falasse
segundo o empenho das veias e do oxigénio
conforme a mão, o miolo desassombrado
como se o mundo nos falasse
e destilasse e atingisse e nos piscasse o olho
pela primeira e última vez
começar
e seguir em frente
pelo ensaio de dois punhados e um conceito
Insuportáveis são os não esforços, vãos
num dueto impossível
é difícil começar assim como é difícil
terminar
que o diga o Herberto Helder
...
o poema não tem
princípio nem
fim.
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2 comentários:
Dos contornos da metapoesia.
L.B.
Gostei do neologismo, Lídia.
"o poema não tem principio, nem fim".
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