de frente para o nada














No interior dessa superfície brilhante habita o perfeito afiado
capaz de desenhar um rio, forte e fresco com uma carícia
em cada sulco, pele, tubos de fibras e feixes venosos.
Depois descansa a cabeça nesse colo, pura memória
enquanto a dor afunda - toda ela - no mar vermelho
tornada leve tão leve tão leve ---
enquanto passa a hora lenta como a vida e um só sopro
enquanto embalas como um anjo a escultura viva
criada só de beijos só de paz só ---
tu, que vives mais à frente, sempre mais à frente, além ainda
por mais que corra nunca viverei esse tempo que nos separa
uma distância única esta nossa ---
extintas civilizações intersectadas entre planos paralelos
resultam num ponto - universo - sol e todas as estrelas
e de novo o nada onde começamos novamente
fingindo nenhuma intimidade nenhum novo perfume
exalado do passado de tanto esgotarem os corpos
só a estéril branca farda e essa máscara facial
li o teu recado resposta a promessa do meu silêncio
é tua como a cicatriz por dentro do amor
pouso o coração inteiro no agora
e atravesso a passagem de nível.

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá, aqui é a Camilla, do antigo blog Devaneios, sonhos e loucuras. Estou passando pra avisar que criei um novo blog, e o antigo foi desativado. Por favor, se possível, passar a seguir o: http://meu-lar1.blogspot.com/

Será um prazer ter você como seguidor(a) novamente.

Abraços!

sindro disse...

Oi Adorei o seu texto, passe lá no meu blog de textos, até mais, beijo.

Allegra disse...

obrigada!beijos