O QUE SEMPRE ENTRA NO POEMA


a ave

pairando sobre

a árvore


a árvore

suspensa do voo

da ave


ave

e

árvore


árvore

e

ave


uma e outra

presas num

olhar


uma e outra

soltas no

poema



[Luís Ene]

3 comentários:

Vânia disse...

Sempre a voar, este Luís...

mdm disse...

Que bom conseguir um poema que as solte.

Anónimo disse...

este poema é como aquelas ecrãs gigantes com pixels enormes e afastados.

só com uma certa distância podemos ver o todo.

grande poema do melhor micro-narrador português.

Tiago