nunca mais

à van, que nos deixou mais ausentes de nós mesmos


Nunca mais
Caminharás nos caminhos naturais.

Nunca mais te poderás sentir
Invulnerável, real e densa −
Para sempre está perdido
O que mais do que tudo procuraste
A plenitude de cada presença.

E será sempre o mesmo sonho, a mesma ausência.


Sophia de Mello Breyner Andresen

[tn]