alguns poemas de Tomas Tranströmer

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NOVEMBRO


Quando o beleguim se aborrece, torna-se perigoso.

Em chamas, o céu encolhe-se.

Sinais sonoros ouvem-se de cela para cela

E o espaço emerge da terra gelada.

Algumas pedras brilham como luas cheias.


NEVE


Os funerais aproximam-se

Cada vez mais cerrados

Como sinais de trânsito

Quando nos aproximamos de alguma cidade

A vista de mil pessoas

Na terra das longas sombras

Uma ponte constrói-se

Vagarosamente

Sempre em frente no espaço


ASSINATURAS


Sou obrigado a atravessar

a soleira escura.

Uma sala.

O documento branco brilha

Com muitas Sombras que se mexem.

Todas o querem assinar

Até que a luz me conseguiu apanhar

E dobrou o tempo


O PENHASCO DA ÁGUIA


Por detrás do vidro do terrário

répteis

Estranhamente imóveis.

Uma mulher estende roupa

Em silêncio.

A morte é uma calmaria.

Pelo fundo da terra

A minha alma desliza

Silente como um cometa.



Tomas Tranströmer

(tradução de Luís Costa)




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