Homem-relógio

As horas passando
giram os ponteiros do relógio com
força magnânima de deus sobre um mundo.

Passamos pelas horas como um autista pela vida
com a semi-consciência de que temos poder para viver.

O tempo é uma
facada
global
na carne;
tira-nos da pele a puerilidade
exangue dos baloiços fugazes,
beijos corados entre aulas.

E tudo são memórias, e somos elefantes que as concentram na barriga.

Adriano Narciso

2 comentários:

continuando assim... disse...

o tempo....sempre o tempo....

Pedro Rodrigues disse...

Nem mais Adriano, o tempo é isso mesmo juntamente com toda a experiência singular que torna real a nossa relação com ele...

Abraço.