Monarquia Interina - um poema de Sylvia Beirute
MONARQUIA INTERINA
/ lembrei-me de lembrar-te às quatro / lembrei-me que haverá todo o material humano para que o resto / suplante o todo, /
para que não haja palavras fora de erros, para que me saiba escrever.
/ autenticamente as coisas acontecem, lembrei-me de lembrar-te às quatro,
e a minha apólice não o cobre - { o silêncio das ruas dói no ouvido}.
{/ as coincidências são abrigos de cansaço, uma confissão inadvertida rompe o fio condutor,
as perguntas custam dinheiro}
/ lembrei-me de lembrar-te às quatro, fugi e, nas saudades irreconciliadas com o corpo,
ficou todo o rasto do esquecimento.
/ e dentro do medo as mão suam, / e hoje às quatro / lembrei-me de lembrar-te.
Sylvia Beirute
inédito
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Um poema fabuloso, os meus parabéns à autora.
Enviar um comentário