Sinto-me frágil. Não é fácil escrevermos quando estamos frágeis. Apenas o eco das tuas palavras na minha cabeça. Apenas a ressonância que te neguei naquele cerrado mês de Agosto, quando pensando que já te tinha esquecido, me fizeste perder novamente de mim com as tuas dúvidas ternas e a tua confiança acutilante.
Estavas sentada numa cadeira, olhando-me nos olhos e te distanciando deles. Num estar de corpo presente, num estar de querer somente confirmar quem de nós dois era o mais confiante. Talvez fosses tu. Talvez sejas sempre. Sempre pequei por pensar em demasia...
«Ouvi dizer que os escritores passam por um período difícil quando sofrem por amor», disseste, em tons do que me pareceu ser orgulho.
«Não sei… Mentiria se não te dissesse que tive um pequeno bloqueio após nos separarmos, mas foi efémero e saudável pois catapultou-me para outra realidade, ajudando-me a construir coisas novas e diferentes.» Respondi, completamente ciente de que nada daquilo era verdade, uma verdade que só era tangível na profundidade de mim mesmo, onde a mente perde o controlo dos sentidos e a apatia nos engole a alma.
Sim, os escritores ficam paralisados quando sofrem por amor. E ficam amedrontados pelo futuro enquanto aguardam sem vontade por ele, escondidos num lugar onde o mundo se esvai em cinzas antes do fogo ter mostrado a sua ira. Sim, os escritores revivem o passado, dentro de si próprios, de hora a hora, cronometrados por um relógio cruel chamado de saudade. Sim, eles sofrem e choram o seu sofrimento. Eles camuflam-se na escuridão da noite, fiéis à convicção de que desse modo, a sua tristeza não será vista.
Eles passam por aquilo a que tu chamaste de "período difícil" e que eu, como escritor do meu próprio destino, não tive a bravura necessária para o admitir…
10 comentários:
Você verdadeiramente retrata muito bem o sentimento que passa pela alma do escritor.
Obrigado por compartilhar tão belo texto.
Muito Bom! Profundidade e talento. Gostei.
Beijinho
Isa
Desde mis BLOGS:
--- HORAS ROTAS ---
y
--- AULA DE PAZ ----
quiero presentarme
en esta nueva apertura
del eminente otoño.
TE SIGO ---- TEXTO- AL ----
Tiempo que aprovecho
ahora para desear
un feliz reingreso en
la actividad diaria.
Así como INVITAROS
a mis BLOGS:
--- HORAS ROTAS ---
y
--- AULA DE PAZ ----
con el deseo de que
estos sean del agrado
personal.
Momentos para compartir
con un fuerte abrazo de
emociones, imaginación y
paz. Abiertos a la comunicación
siempre.
afectuosamente :
TEXTO - AL
jose
ramon…
Amei a profundidade que colocaste os sentimentos de um escritor, que sempre terá o sentimento mais aflorado.Beijinhos.
bem, permito-me discordar de quase tudo o que é dito neste texto,
mas admirar com a mesma veemência
toda a emoção que nele reside e cuja sinceridade nos toca.
belo é o amor, belo o amor.
não é "chamas-te", mas sim "chamaste".
"Que seja eterna a vitória dos seus dias,
mesmo quando eles lhe derem
a impressão de fracasso.
E nunca se esqueça que atrás das nuvens
sempre existirá sol."
(desconheço o autor)
Hoje passando para desejar um lindo final de semana com muito amor e carinho
Abraços do amigo Eduardo Poisl
Sim, é verdade. Por vezes uma pessoa escreve tanto que acaba por deixar que a mente nos engane. Obrigado pelo reparo.
Belissimo, parabéns!
um abraço
visita
http://amantedasleituras.blogspot.com
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