[ a todos os que perderam o que jamais se pode encontrar]
É isto o que existe entre mim e a morte.
Essencialmente nada.
Uma sombra. Uma solidão triste e vadia, às vezes feroz.
Gosto de acreditar que me vês.
Nesta solidão. Triste. Vadia. Às vezes feroz.
Nesta solidão que é o medo, que é a fome,
que é a luta de todos aqueles que não sabem por que lutar.
Gosto de acreditar que um dia todos saberemos por que lutar.
Existirás entre mim e a morte?
Entre mim e as coisas que amo?
Entre mim e o medo?
Ou simplesmente entre mim e o frio desta madrugada escura em que me pergunto:
Porque não estás?
Enquanto os punhos se cerram de raiva por uma perda que, por momentos, deixa de ser só minha para ser tua também. Do mundo inteiro.
Isa Mestre
3 comentários:
"No fim tu hás de ver que as coisas
mais leves são as únicas que o vento
não conseguiu levar:
um estribilho antigo,
um carinho no momento preciso,
o folhear de um livro de poemas,
o cheiro que tinha um dia
o próprio vento"
(Mário Quintana)
Desejo um lindo dimingo com muito amor, paz e carinho.
Abraços com todo meu carinho.
"Elastecido pela ponte oculta,
percebo finalmente
a incontestabilidade da teoria
dos vasos comunicantes.
E resolvo dar o devido valor
aos Bufões do Castelo de Breton,
sobretudo à Voz da Sombra."
RAFAEL MEDEIROS
Teu poema me sequestrou. Fiquei suspenso no tempo, demorando-me sobre tuas palavras. Quanto tempo demorei-me, não sei...
Muito bem Isa!
gostei muito.
Bjs
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