Reflexão acerca da infinidade da liberdade
As lágrimas
céleres como lava
corriam pelas faces de todos,
eram sangue em potência,
Urgiam como lobos.
E era lua cheia
E o pêlo recorrente,
Cinzento e amargo
Tecia camisas e calças
e tingia a neve eclipsada,
Cinzenta e amarga.
E nós,
Dançando na fogueira fria como bebés,
Guiávamos os corpos para a escuridão do crepúsculo,
Saudávamos
lestos
A dor que é ver partir o sol
e ter um sucedâneo tão pálido.
Guiávamos e éramos tão impotentes.
Mas
guiávamos os corpos,
os nossos corpos
para a escuridão do crepúsculo.
Há sempre poder quando há impotência,
há sempre um corpo,
um olho, um cabelo
que nos pertence.
Adriano Narciso
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2 comentários:
tem algo de stalker
Sempre surpreendente! Tu encantas com as tuas palavras...Não há muito para acrescentar....Muito bem ;)
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