Absurdos. abstractos e mudos
Atrozes tubos, conectados por surdos muros, de estranhos juízos.
Tomo banho num chuveiro,
Que me escorre sentimentos deturpados,
Pelo percorrer do meu corpo masculino.
Enxaguo minha pele com espuma de pensamentos
Revolucionários, que nunca chegam a ser.
Seco-me na toalha de meditações,
Que cobre as minhas intimidades.
Tenho em mãos o secador
De cabelos não brancos,
Mas cansados de apanhar ventos, pós e chuvas.
Calco meus sapatos, procurando possíveis pedras
Que me assustem os pés.
Minha refeição, saudável ou não,
Serve apenas para acomodar minhas digestões,
Durante curtos tiquetaques de uma ampulheta, demasiado veloz.
O denominador comum do equilíbrio
Passa pela conjugação correcta
Das safiras vitais elementares.
Empatia. Anos.
Mania. Dias.
Folia. Milésimos lacónicos de segundo.
As coisas que me fascinam
São as que não têm por vezes interpretação,
Para os outros.
9 comentários:
Beleza extrema! Compatibilidade poética deliciosa. Parabéns pela bela criação.
Marcos Leonidio
twitter.com/curtapoesia
poebra.blogspot.com
poeticamente, um texto perfeito!
há muito que nao aparecia, ainda bem que cheguei!
Obrigado pela apreciação, Marcos, volta sempre. Longa vida à poesia.
Reparo já há algum tempo na palavra «inédito», constante em todos os títulos dos poemas por ti assinados. Tem algum significado/razão particular?
Verdade! Tanto do que nos fascina, os outros não entendem!
Fa
http://escritariscada.blogspot.com/
Paradoxos: Grato pela opinião. Cobre-me de sorrisos tais apreciações sinceras. Sou poeta e gosto que gostem quando me lêem.
João André: O significado e razão particular deve-se A frisar mesmo que o são, para não haver equívocos para quem já leu os meus poemas antes. São meus, únicos, inéditos e originais. Nada mais a acrescentar.
Compreendo. A pergunta surgiu-me apenas por partir do pressuposto de que todas as poesias aqui assinadas deverão ser, à partida, da autoria de quem as assina.
(Excepção óbvia para quando se trata de uma inspiração, devidamente assinalada como tal)
Cumprimentos.
Fa menor, podes crer que sim, daí eu vincar tanto os pequeninos pormenores da nossa existência tão curta e intensa, neste poema. Obrigado.
Nem mais, João. Esclarecidos. Espero que continues a ler-nos. Um abraço :)
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