sempre vou à biblioteca e trago três livros, há um que não presta. passei então, com a ajuda de um amigo, uma vez que o máximo, por pessoa, são três livros, a levar quatro de uma assentada. acontece que, levando quatro, havia dois que não prestavam. passei então, com recurso ao mesmo expediente, criticável a todos os títulos, a levar cinco livros e, desta feita, constatei que havia três que não mereciam que lhes apusesse o meu parecer positivo. continuei sucessivamente já por uma questão de mera estatística e garotice, vendo sempre que restavam dois livros bons dentre os que requisitava. quando passei a levar só dois, e fi-lo por uma questão de estudo pessoal destas questões, havia um que não me dizia nada. voltei então a levar três livros de uma só vez, sabendo desde logo, que um não iria prestar.
a moral disto diz-me que a vida tem muito de incontornável. damos voltas e voltas e, não raras vezes, a solução mais justa é a que estava no início de tudo.
[TN]
a moral disto diz-me que a vida tem muito de incontornável. damos voltas e voltas e, não raras vezes, a solução mais justa é a que estava no início de tudo.
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5 comentários:
A solução mais justa, ou a que melhor se ajusta às necessidades?
nao em estragues o texto...
senao levas um tautau...
o problema deste texto é, - se é que isto pode ser visto assim - precisamente, oferecer a sua própria leitura no final. É necessário resistir a isso, pois, em contrário, os textos vêm como que com instruções.
Peço desculpa pelo reparo. É com a melhor das intenções.
Alfredo Dias
é verdade que este texto, tal como é referido acima, e bem, oferece uma leitura no final, uma espécie da moral típica das fábulas, por assim dizer, mas tenho por mim que essa moral se oferece com ironia, criando mais interrogações que certezas. No entanto parece-me que o texto também funcionaria sem esse final que afinal o prolonga e o intensifica.
Não foi minha intenção estragar nem gozar. Quando o li fiquei com esta questão. E foi sorte ser apenas uma. :)
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