A carne exala credos:
É todo um rosário de madrepérolas vermelhas,
úteros em ebulição.
Carne que é extensão da libido quando ouve orações a virgens
fecundadas
Sentado na Mesa,
doze lugares vagos. Ecos da minha voz.
Eu, a minha Carne e a Roupa somos Espírito santo;
a Santíssima Trindade pedindo um café!
Não queremos pão!,
gritam.
'Não há fome,
Não há palavra,
não há ressurreição!’
brado a paredes surdas, altares sem hóstias,
vinho, não há batinas,
as velas apagam-se.
riem-se.
São cordeiros que assistem, hereges,
à derradeira missa.
uma paisagem idílica ao fundo:
lírios, magnólias, espinhos cravados em cabeças suadas.
éden sentiria inveja deste horizonte
mas os risos torrentes
violentam pulmões de cordeiros.
Por isso nego anjos, trombetas e anunciações.
Gabriel em decadência!
É todo um rosário de madrepérolas vermelhas,
úteros em ebulição.
Carne que é extensão da libido quando ouve orações a virgens
fecundadas
Sentado na Mesa,
doze lugares vagos. Ecos da minha voz.
Eu, a minha Carne e a Roupa somos Espírito santo;
a Santíssima Trindade pedindo um café!
Não queremos pão!,
gritam.
'Não há fome,
Não há palavra,
não há ressurreição!’
brado a paredes surdas, altares sem hóstias,
vinho, não há batinas,
as velas apagam-se.
riem-se.
São cordeiros que assistem, hereges,
à derradeira missa.
uma paisagem idílica ao fundo:
lírios, magnólias, espinhos cravados em cabeças suadas.
éden sentiria inveja deste horizonte
mas os risos torrentes
violentam pulmões de cordeiros.
Por isso nego anjos, trombetas e anunciações.
Gabriel em decadência!
Adriano Narciso
10 comentários:
Adriano ,as associações e a cadência fazem do poema uma oração a si mesmo.
ps: e sim !"queremos" mais poesias bonitas como essa.
Adorei!
saludos pra ti, Anita.
Belo, quase sacro, quase herege esse poema. As imagens sãofortes. Gostei muito.
ultrapassa-me completamente.
quem escreve assim nao é gago!
beijo,
sara
Obrigada pela visita no meu cantinho, parabens pelo blog gostei mto :d
bj
Sónia
sim, sim, poesias bonitas, imagens fortes, associações e cadências.
isso é que é preciso.
não há nada como inovar: ser bonito, forte, associar e ter cadência.
continuem que vão longe.
em faro, então...
Um belo poema, sim senhor!
Um abraço
Olá, povo do Texto - Al!!!
bacana este intercâmbio trans continental.
linkamos vocês lá no Pó & Teias!!!
(ainda não nos adaptamos ás novas regras ortográficas!!!! rsrsrs)
Bem redigido, forte... e triste.
Não há esperança?
Oi Tiago, vi nesse poema de Adriano um Q de Pedro S. Martins...
Adorei o novo projeto!
bj
Essa imagem de Nietzsche já vi em algum lugar...
Enviar um comentário