Um poema do poeta sul-africano John Mateer - O Turista














O TURISTA


têm as mãos nos seus bolsos, à volta do seu pescoço,
espetaram-no no muro.
(nas casas-de-banho públicas não há câmaras de vigilância).

o turista, acabado de sair do avião, não vislumbra testemunhas,
ninguém, excepto ele mesmo, para testemunhar a sua calma e eloquência,
e como ele diz a si mesmo, Eu podia ser um deles,
desfeiteado pela Revolução...

o muro persiste, abrasivo, contra a sua face carnuda,
e de repente é mordido no ombro nesta terra de Sida.


John Mateer
Tradução de Tiago Nené

2 comentários:

Mônica Chaves disse...

PARABÉNS POR TÃO LINDO BLOG...
AMO POESIA, ARTE, ARTESANATO, NATUREZA...

E ADOREI ESTE POEMA...

BEIJO GRANDE PRA VOCÊS!
MUITA LUZ E PAZ!

BAR DO BARDO disse...

Altamente politizado e... necessário.
Parabéns aos dois: autor e tradutor.