É como se eu mentisse de uma forma bonita/ e o lesado aplaudisse/chocado, lacrimejante,/ depois de me ouvir. Há na poesia um tanto de rebeldia/ por só se usar parte de uma página/ e um muito de egocentrismo/ por se pensar que os outros se preocupam com o estado do nosso coração,/pelos nossos sentimentos.
Por isso desisti de ser poeta. Desisti de falar de ti. Ou da outra. Ou de alguém que não conheço sequer. Desisti de estar a pensar em rimas internas, em aliterações que acentuem uma ideia. Desisti do poema. Já não quero ser poeta. Já não quero acordar e ter de apontar num bloco sujo do dia-a-dia o meu primeiro pensamento. De me deitar e apontar uma última frase que inicie uma estrofe. Desisti disso tudo, desse nada que é a poesia."
A poesia-cebola está démodé
Adriano Narciso
4 comentários:
Daqui a pouco isso passa.
nunca se desite!!!
:)
Pra muita gente é um problema crónico
Adriano ,ninguem desiste quando escreve como voçê , é esse amor/odio entre o poeta e a poesia que você consegue estabelecer que me faz dizer : Bem hajam momentos assim num poeta porque o resultado e FABULOSO .ABRAÇO
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