Beirute - Um poema de Sylvia Beirute




















BEIRUTE


levou tempo a desfazer-se das canções / que falavam do azul,
dos amores seus que tudo viam azul, do azul das moscas,
do sabão, dos lençóis às bolinhas e de cortesia,
de toda a poesia que sugere o azul.
 
Carmen Camacho

apenas verde. {há um leve azul escuro}. vermelho.
estilhaços de cor. {perspectiva}. perspectivadamente:
apenas uma manhã solitária em beirute. solitariamente
{quatro fragmentos de um caminho desfeito
despem as hastes do vento velho.}

o rosto é formado por: {pequenos círculos},
alguém o diz, assim que o outono indeciso
clama nas folhas dobradas { e no vapor longínquo
das nuvens demasiado rugosas { para os pensamentos
que correm nos dias de hoje. / apenas verde,
{um verde autêntico}. apenas vermelho, {estilhaços de}.

inédito

1 comentário:

Sue disse...

Muito bom!!

Abraços

Sue