Passei parte da Páscoa a ler alguns poemas do chileno Roberto Bolaño. Traduzi dois desses poemas. Mandei um para a Casa dos Poetas, onde colaboro com frequência (deve aparecer num post ainda esta semana, creio eu), e hoje publico aqui o meu preferido desses dois.
Meio off-topic, aproveito para agradecer os comentários aos posts, bem como os livros que me foram oferecidos nos últimos dias. Agradeço pois ao Fernando Esteves Pinto (pelos livros que me faltavam da colecção Palavra Ibérica), Joana (Ofício Cantante, de Herberto Helder, Cão como Nós, de Manuel Alegre, O Medo, de Al Berto), Vânia (pela Antologia de poetas tirsenses), Margarida (pelos 21 Poetas - com imagens de Avelino Leite), Golgona Anghel (pelo seu notável Crematório Sentimental), Santiago Aguaded Landero (pelos autógrafos nos meus exemplares de Agencia del Miedo/Agência do Medo e pelo El Libro de Los Perfumes), Francis Vaz (pela sua Antologia de Drink River, livro que apresentei na Trama ), Uberto Stabile (pela sua antologia La Línea de Fuego, de que tenho uma tradução aqui), Rafael Camarasa (pelo seu Feos), Rui Costa (pelo seu O pequeno-almoço de Carla Bruni), Rui Dias Simão (pelo seu Os Animais da Cabeça) e ao Victor Oliveira Mateus (pelo seu A Irresistível Voz de Ionatos, pela antologia de poesia Cerejas - poemas de amor de autores contemporâneos, e Cândido, de Voltaire)
(se me esqueci de alguém, não é por mal - faça o favor de avisar).
.Meio off-topic, aproveito para agradecer os comentários aos posts, bem como os livros que me foram oferecidos nos últimos dias. Agradeço pois ao Fernando Esteves Pinto (pelos livros que me faltavam da colecção Palavra Ibérica), Joana (Ofício Cantante, de Herberto Helder, Cão como Nós, de Manuel Alegre, O Medo, de Al Berto), Vânia (pela Antologia de poetas tirsenses), Margarida (pelos 21 Poetas - com imagens de Avelino Leite), Golgona Anghel (pelo seu notável Crematório Sentimental), Santiago Aguaded Landero (pelos autógrafos nos meus exemplares de Agencia del Miedo/Agência do Medo e pelo El Libro de Los Perfumes), Francis Vaz (pela sua Antologia de Drink River, livro que apresentei na Trama ), Uberto Stabile (pela sua antologia La Línea de Fuego, de que tenho uma tradução aqui), Rafael Camarasa (pelo seu Feos), Rui Costa (pelo seu O pequeno-almoço de Carla Bruni), Rui Dias Simão (pelo seu Os Animais da Cabeça) e ao Victor Oliveira Mateus (pelo seu A Irresistível Voz de Ionatos, pela antologia de poesia Cerejas - poemas de amor de autores contemporâneos, e Cândido, de Voltaire)
(se me esqueci de alguém, não é por mal - faça o favor de avisar).
OS DETECTIVES GELADOS
.
Sonhei com detectives gelados, detectives latino-americanos
que tentavam manter os olhos abertos
a meio do sonho.
Sonhei com crimes horríveis
e com tipos cuidadosos
que procuravam não pisar os charcos de sangue
e ao mesmo tempo abarcar com um só olhar
o cenário do crime.
Sonhei com detectives perdidos
no espelho convexo dos Arnolfini:
a nossa época, as nossas perspectivas,
os nossos modelos de Espanto.
.
Roberto Bolaño
(Chile, 1953 - Espanha, 2003)
Poema com tradução de Tiago Nené
9 comentários:
Grande poeta, Grande romancista! li Detectives Selvagens e quero ver se agora descubro um pouco melhor a poesia dele
Sim, o Bolaño é bem mais conhecido pelos seus romances. Só recentemente lhe descobri a poesia.
um abraço, Adriano.
T.
Grande, esencial, el chileno.
Salud poetas!!!
Un abrazo Tiago
OHHH me olvidé decir que me gusta el blog...es de los mios!
Eu também não conhecia a poesia!!!
obrigada. mil vezes.
abraço
É sempre bom descobrir outros autores!
Obrigado
Caro Tiago, a oferta e/ou troca de
livros é um costume antiquíssimo entre escritores portugueses. Há imensas cartas e passagens de Diários q falam disso... Esse movimento baseava-se em variáveis
muitos simples (e nobres): a amizade, a partilha, a admiração e
até um simples abraço de incentivo.
A complexificação da sociedade e,
consequentemente, aquilo a que a Kristeva chama "as novas doenças
da alma", trouxe para essas ofer-
tas outras hipóteses de leitura,
infelizm/ nalguns casos verdadeiras
Esclareço: sou solidário com este
post, pois ofereço apenas os meus
livros pelos motivos referidos na
primeira secção do texto. Há mto
q me deixou de interessar o q os outros pensam dos meus actos! E
logo eu, que recebo dezenas de livros por semana, n só de autores portugueses, n só de autores de língua portuguesa... Tenho mesmo
essa espécie de acordo com grandes
nomes: cada livro de um vai parar
às mãos do outro! Acabei de chegar
de um Colóquio na "Clássica" onde,
pelos motivos referidos, ofereci 3
livros e onde - nomes q não precisam de mim para nada! - me deram livros deles. É evidente q depois, em "A Dispersa..." publicito quem quero e quem, neste
jogo relacional, se desvela. Talvez
até gostasse de falar de outros...
mas pouco sei deles. Outro exemplo:
conheço apenas 2/3 poemas de Vitória Occampo... como posso falar dela? Desculpe-me este longo
comentário. Tive as minhas razões
para o fazer. Sei q, em grande parte, concordará com ele... Foi triste, para mim, ter de o escrever. Abrç.
P.S. Já li as suas traduções q tb
me enviou. Acho que está um bom trabalho...
fez bem em escrever, Victor. Por vezes quem oferece, espera que a outra pessoa publicite a obra, o que põe em causa o espírito que deve presidir a estas trocas.
de certeza que algumas pessoas se verão tentadas a responder a este seu comentário... mas eu vou estar atento;)
um abraço
Tiago
Realmente, uma descoberta. Poema dos mais incríveis. Gostei muito.
Enviar um comentário