Lembras-me as velas
que ardem e
deixam cera de licor na pele:
um mar rúbeo de
tochas submersas como
sereias
Lembro-me
das vezes em que éramos
génese de romance de cordel
e os dias eram peça de teatro sem actos
E lembro-me
de o amor ser dogma
e o sol a encher e vazar
como onda ininterrupta entre duas praias.
Agora há só um quarto azul-baço
uma cadeira caída, cama desfeita.
as palavras são
perenes monólogos néscios
sem a metafísica das palavras que jurámos
E o poema sem sereias é apenas matéria.
Adriano Narciso
7 comentários:
que poema, adriano... sabe que eu acho: todo pretérito é imperfeito.
Muito lindo este poema.
Abraços
Olá Adriano, lindo texto numa linguagem poética admirável. Um abraço.
Narciso, sou favorável às sereias. Mas devemos ter cuidado para não as fixar vis-a-vis - e com os ouvidos libertos para o caos...
Bom poema, Adriano!
Selinho pra vc lá no meu blog!!!!!!!
Enorme poema, muito bom mesmo. Abraço
Olá, mtos parabéns
belo poema, bastante inspirador, voltarei mais vezes.
já estou seguindo o Blog.
Visitem o meu blog
www.joaomiguelsena.blogspot.com
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